Em evento inédito na cidade, Paraguaçu discute rumos da cultura em conferência municipal

porCâmara Municipal de Paraguaçu

Em evento inédito na cidade, Paraguaçu discute rumos da cultura em conferência municipal


 

Paraguaçu deu um passo inicial importante para organizar um sistema integrado de política de cultura na última quarta-feira, 10 de julho, quando a Câmara sediou a Conferência Municipal de Cultura. Inédito no município, o evento analisou as potencialidades da cidade nesse campo e estabeleceu caminhos formais para avançar. Realizada em etapas (municipais, estaduais e federal), a conferência é um mecanismo de organização das demandas culturais que funciona como um encontro entre o poder público e a sociedade civil a fim de avaliar as políticas culturais, examinar a conjuntura cultural e propor diretrizes para a definição de um plano de cultura.

Sob o tema “Uma política de estado para a cultura: desafios do sistema municipal de cultura”, dezenas de cidadãos participaram ativamente do processo de discussão e oficializaram, por votação democrática, a adesão de Paraguaçu ao Sistema Nacional de Cultura. Além disso, o público foi dividido em quatro grupos de trabalho, que elaboraram propostas de melhoria para a cidade a ser encaminhadas para a conferência estadual, quando Paraguaçu será representada pelos delegados eleitos Eliza Helena Silva Dias, Sandro Adauto Palhão e Gilmara Aparecida de Carvalho.

 

TEMPO DE MUDANÇAS

Reunindo as principais autoridades do município, o encontro registrou um esforço concentrado de pensar a cultura como um conceito mais amplo e integrado às demais instâncias da sociedade. Responsável pelo discurso de abertura, a secretária de Educação e Cultura destacou a necessidade de estabelecer novos paradigmas em Paraguaçu. “É importante que o município se organize, articule, proponha e delibere sobre as expressões culturais aqui existentes. Este é o primeiro passo. Ainda temos muito o que caminhar”, ponderou Eliza Helena Silva Dias. “Durante muitos anos a cultura sempre aparece junto com a educação, mas a educação não deixa espaço para as novas tarefas. Então a cultura sempre andou meio de lado. Mas esses tempos mudaram”, complementou.

Uma das idealizadoras, organizadoras e moderadoras da conferência, a professora e pró-reitora da Unifal Maria de Fátima Santanna alertou sobre os riscos da falta de preservação e valorização dos bens culturais. “Não é difícil perceber o quanto a cidade de Paraguaçu é rica em manifestações, produtos e equipamentos culturais, mas estamos perdendo essa riqueza. Temos que valorizar mais”, argumentou, para enfatizar em seguida a necessidade de se desenvolver um planejamento mais amplo para o setor. “Nós temos que construir para o município um plano de cultura. Isso é fundamental. Esse plano é decenal e ultrapassa mandatos. Precisamos decidir o que queremos para Paraguaçu nos próximos dez anos. E vai haver uma lei para garantir a implantação e o acontecimento desse plano”, explicou.

Ao longo da programação, a conferência registrou ainda apresentações musicais do tradicional grupo das pastorinhas e de Casquídeo e José Renato Fressato, além de um número de dança de David e Giselle Castilho.

 

 

As propostas definidas pela conferência

Grupo 1: Implementação do Sistema Municipal de Cultura

  • Adesão ao Sistema Nacional de Cultura
  • Criação de uma secretaria de cultura independente
  • Criação de um conselho municipal de políticas culturais

 

Grupo 2: Produção simbólica e diversidade cultural

  • Capacitar professores de escolas públicas e privadas
  • Promover cursos e palestras sobre temas ligados à cultura
  • Fomentar espaços de uso de tecnologia
  • Abrir espaços para discussão cultural
  • Investir em recursos humanos para a futura secretaria de cultura
  • Promover trabalhos inter-setoriais com foco na cultura
  • Definir porcentagem de recursos dos royalties de Furnas para a cultura

 

Grupo 3: Cidadania e direitos culturais

  • Utilizar melhor equipamentos culturais já existentes
  • Criar oficinas sistemáticas para manifestações culturais já existentes
  • Criar mecanismos de divulgação eficiente dos eventos
  • Utilizar os equipamentos culturais junto com o sistema educacional
  • Viabilizar maior acessibilidade aos equipamentos culturais

 

Grupo 4: Cultura como desenvolvimento sustentável

  • Criação de um centro cultural
  • Melhoria de infraestrutura para iniciativas culturais
  • Capacitação em gestão cultural para profissionalização do segmento
  • Valorização dos profissionais ligados à cultura do município
  • Fortalecimento de ações relacionados ao marolo

 

Para entender o Sistema Nacional de Cultura

O SNC é um conjunto de instrumentos que aproxima a sociedade civil dos entes federativos de governo, incluindo União, estados e municípios, por meio do qual as leis, normas e procedimentos pactuados definem como os seus componentes interagem. Resumindo, o sistema é composto de partes interligadas entre si que supõem um modelo de gestão sólido e participativo. Com uma ou outra variação, são cinco as engrenagens do sistema: a secretaria municipal de cultura, como órgão gestor e executor das políticas; o conselho municipal de política cultural, com funções consultivas e deliberativas; a conferência de cultura, como reunião em que se colhem propostas e sugestões para o setor; o plano de cultura, instrumento de gestão de médio e longo prazo com estratégias definidas, prazos estipulados e indicação de recursos disponíveis; e o sistema de financiamento à cultura, que examina e capta os fundos para incentivo a programas, projetos e ações culturais.

pierre

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