Se o serviço de abastecimento de água continua gerando reclamações entre os paraguaçuenses, ao menos há um motivo para acreditar que a situação vai melhorar. Na noite de 22 de janeiro a Câmara aprovou um projeto de lei que autoriza o Executivo a abrir crédito especial para a aquisição de dois terrenos que servirão à Coságua.
O projeto libera um crédito especial adicional no valor de R$ 120 mil, a partir de dotação orçamentária inscrita nas contas da secretaria municipal de Obras. O dinheiro está destinado à aquisição de dois terrenos no Residencial dos Ipês, no local onde deve ser construído um reservatório de 500 mil litros para o abastecimento dos bairros altos da cidade.
De acordo com o contrato que rege a concessão do serviço de abastecimento de água no município, a prefeitura é obrigada a ceder um imóvel adequado onde a concessionária possa edificar o reservatório. Só que o cronograma previsto no documento indica que a medida deveria ter sido efetivada há três anos — e o reservatório nunca saiu do papel.
O projeto de lei prevê a compra de dois terrenos vagos. O primeiro tem 502 metros quadrados de área total e é constituído pelo lote 16 da quadra F do residencial. O segundo abrange o lote 17 e tem 465 metros quadrados de área.
Depois de comprados os imóveis, a Coságua se encarrega de construir o reservatório para atender as demandas dos bairros Colina São Marcos, Costa do Sol, Nova Paraguaçu e São Luiz. Ao fim do período de concessão, em 2030, o reservatório é incorporado ao patrimônio do município.
UMA LONGA HISTÓRIA
Apesar da aprovação unânime, o plenário demonstrou ressalvas quanto à demora em resolver o problema do desabastecimento e cobrou agilidade da concessionária que vai receber os terrenos comprados agora. “Os moradores dos bairros Colina São Marcos, Nova Paraguaçu, Ipês e Costa do Sol vêm sofrendo há muitos e muitos anos com a falta de água. Daí a importância da compra desses dois lotes para que seja sanado esse problema. Eu espero que a concessionária, depois de tudo aprovado, votado e preparado, também tome providência para sanar rapidamente o problema da falta de água naqueles bairros”, ressaltou Rafael Quadra.
“Pelo que me consta, todas as vezes que cai a energia elétrica, deixa de abastecer o pequeno reservatório que lá existe. E para voltar a normalidade da água no local, demora-se três horas. Então é uma situação que precisa ser sanada o mais rápido possível, o que justifica a urgência. E com a mesma urgência que essa Casa está julgando o projeto, nós pedimos que a Coságua realize o empreendimento”, reforçou Marlon Tomé.
ATENÇÃO PERMANENTE
Os problemas no fornecimento de água não são novos e já suscitaram inúmeras discussões e medidas da Câmara no atual e nos últimos mandatos. Em 2011 e 2012 uma comissão provisória foi formada para acompanhar de perto o trabalho da Coságua. Os vereadores da atual legislatura também já se ocupam do tema, com um grupo de estudos destinado a analisar em detalhes o contrato de concessão.
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