Sessão solene da Câmara marca entrega da Medalha do Mérito Legislativo a Irmãs da Providência de Gap

HOMENAGEM
Em sessão solene realizada na noite de 22 de setembro, a Câmara de Paraguaçu concedeu a Medalha do Mérito Legislativo às Irmãs da Providência de Gap. Representantes de uma ordem ligada à Igreja Católica, elas passaram 76 anos realizando trabalhos religiosos, educativos e assistenciais em Paraguaçu, mas no último mês de março concluíram sua missão por aqui e partiram para outras cidades.
A sessão contou com a presença dos vereadores José Maria Ramos e Luizinho da Samantha, do prefeito José Tibúrcio do Prado Neto, do seminarista Douglas Ribeiro, que representou as duas paróquias católicas locais, além de muitos profissionais do ramo da educação e cidadãos em geral.
A ideia da homenagem foi firmada pela Mesa Diretora da Câmara, que elaborou o projeto de decreto legislativo 002/2017. A matéria foi aprovada por unanimidade em plenário no último dia 26 de junho. Instituída como honraria municipal em abril de 2006, a Medalha do Mérito Legislativo da Câmara de Paraguaçu reconhece o valor e o mérito de pessoas e instituições que venham a se destacar na prestação de serviços à comunidade paraguaçuense.
A SESSÃO
Encarregado do discurso de abertura, o presidente da Câmara José Maria Ramos destacou que a homenagem é um voto de agradecimento do município. “Os vereadores entenderam que o trabalho e o exemplo das Irmãs da Providência merecem não apenas ser reconhecidos, como eternizados na memória paraguaçuense. Foram 76 anos de dedicação ao povo de Paraguaçu, às nossas causas, às nossas questões, ao nosso desenvolvimento espiritual e material. Portanto, a medalha que a Câmara entrega às Irmãs é, acima de tudo, um símbolo de gratidão”.
O prefeito Netinho reforçou o tom de agradecimento às Irmãs, observando o papel primordial desempenhado por elas na educação de várias gerações de paraguaçuenses.
“Nada mais justo do que fazer um agradecimento a esta instituição de coração. Em nome da comunidade de Paraguaçu, nós agradecemos. O nosso muito obrigado por tudo que fizeram na parte da educação, do ensino religioso e da assistência social, que foi fundamental e faz parte da filosofia dessa congregação. O nosso muito obrigado às Irmãs”.
Para o seminarista Douglas Ribeiro Lima e para o vereador Luizinho da Samantha, o trabalho das Irmãs é inspirador e deixará marcas para sempre em Paraguaçu, avaliação que encontrou eco nas palavras da ex-aluna Maria Helena Junqueira Santos.
“Nesta merecida homenagem, não poderíamos deixar de mencionar a importância das Irmãs da Providência entre nós. Tantos anos aqui em Paraguaçu e região, cuidando da educação de jovens e crianças. Foram décadas de dedicação. Formaram gerações e gerações de bons professores, com bases sólidas de uma educação de qualidade, pautada na moral e na ética, semeando sementes de esperança e dedicação. Devemos o conhecimento que temos a elas”,
afirmou Maria Helena.
Também se pronunciaram o professor Itamar Rodrigues Araújo, em nome da Academia Paraguaçuense de Letras, e José Roberto Tomé, diretor da Escola Estadual Padre Piccinini. Ambos retomaram episódios relacionados às Irmãs e enfatizaram sua contribuição para o engrandecimento cultural e educacional dos paraguaçuenses.
DAS IRMÃS
Ao fim dos discursos, o presidente da Câmara entregou a Medalha do Mérito Legislativo à superior provincial de Itajubá, Irmã Terezinha de Barros, que veio a Paraguaçu acompanhada das irmãs Laurinda e Rosa. Ela manifestou a satisfação em receber a homenagem e em ter podido participar de uma etapa importante da história do nosso município. “Este é um momento sagrado e bonito, em que o céu se encontra com a Terra nesta caminhada de 76 anos em Paraguaçu. Uma história construída de muitas mãos, de muitos corações. Uma história marcada de tantos sinais de alegrias, de encontros, de relacionamentos, de esperanças, de desafios e de sonhos também. Nosso coração é invadido de muita gratidão”, salientou Irmã Terezinha.
Hoje residente em Itajubá, a conterrânea Irmã Rosa Maria Órfão fez questão de pontuar sua ligação com a terra natal e o orgulho em perceber como Paraguaçu valoriza a educação e a cultura.
“Estar aqui é uma alegria e essa alegria vem misturada com orgulho. Como filha de Paraguaçu, como ex-aluna das Irmãs aqui do Instituto São José, foi lá que a minha vocação nasceu. E hoje, ao viver esse momento de gratidão do povo da minha terra, meu coração se enche de orgulho de saber que eu sou de uma terra onde a gratidão e a delicadeza existem. Eu estou feliz, mas estou orgulhosa de ser paraguaçuense, de ser da terra do marolo”.
TRAJETÓRIA EM PARAGUAÇU
O grupo homenageado partiu de um ideal cultivado e colocado em prática inicialmente na França pelo sacerdote diocesano João Martinho Moye. Mas Paraguaçu teve o privilégio de ser escolhida pelas Irmãs da Providência de Gap já em 1941. Durante 76 anos, elas participaram ativamente em trabalhos de natureza não somente religiosa, mas educacional e assistencial.
Em seus últimos anos em Paraguaçu, as irmãs dedicavam-se, entre outras missões, às equipes de Nossa Senhora, aos retiros espirituais, à Pastoral Carcerária (com visitas semanais à cadeia pública e às famílias dos presos) e aos primeiros passos do grupo Amor Exigente. Na memória coletiva local, seu grande legado no município está ligado ao setor educacional, com a fundação do antigo Instituto São José e a administração dos primeiros passos da Escola Estadual Padre Piccinini.
A decisão de encerrar as atividades em Paraguaçu foi parte da estratégia da própria congregação, que tem missões em sete países (Benin, Brasil, Espanha, França, Haiti, Índia e México) e em diversos municípios brasileiros.
16ª HOMENAGEM
A medalha concedida às Irmãs da Providência é a 16ª desde a criação da homenagem. Até então a honraria havia sido concedida a Américo Freitas de Jesus, Eric de Oliveira, Pedro Quintino Prado, Guy Teixeira Camargo, Evandro Barbosa Bueno, Carlos Melles, Silvio Sepini, Maria de Lourdes Silva Prado, Maria do Carmo Bueno, José Hermano Prado, Guilherme Prado, Francisco Cambraia da Silva, Haroldo Gonçalves Pereira, Francisco Carlos de Oliveira e Rosana Aparecida Selicani Magalhães.
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