Questão do momento
O mau cheiro que atormentou os paraguaçuenses na última quinzena saiu mesmo da Paraguaçu Têxtil. A confirmação foi feita pela própria direção da empresa em reunião com uma comissão da Câmara realizada na tarde de 4 de agosto. Participaram do encontro os vereadores Joaquim Bocudo, Professor Nildo e Selmo Silva, além dos representantes da própria fábrica e da Ceel, firma de Itaúna que presta consultoria ambiental.
De acordo com a empresa, o odor foi gerado nos tanques de areação da estação de tratamento de efluentes. A estação, com dois tanques de 700 mil litros cada, é responsável por purificar os resíduos das atividades fabris antes de liberá-los à natureza. A boa notícia é que o problema foi detectado — a adição de um novo produto químico nos processos produtivos da fábrica, o que gerou um desequilíbrio na estação — e não deve se repetir.
Até que os efluentes que passaram a gerar o mau cheiro fossem completamente renovados, porém, os paraguaçuenses enfrentaram o incômodo por quase duas semanas seguidas. “A Paraguaçu Têxtil está ciente do problema, já identificou o motivo do mau cheiro e está se movimentando para resolvê-lo em definitivo”, enfatizou João Paulo Ribeiro Belli, presidente da companhia.
NATUREZA POUPADA
Talvez como reflexo do mau cheiro, a Polícia Ambiental de Minas Gerais recebeu uma denúncia sobre o suposto lançamento de efluentes industriais sem tratamento no Córrego do Rosário. Nesse tópico, no entanto, a Paraguaçu Têxtil esclareceu que os efluentes lançados no curso d’água atendem os parâmetros exigidos pela legislação ambiental.
Um documento assinado por Matheus Furtado e Faria, responsável pela área ambiental da empresa, revela que o último laudo dos efluentes de entrada e saída da estação de tratamento, com amostras coletadas no último dia 20 de junho, garante que o efluente industrial está em condições de ser lançado na natureza. A remoção de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) é de 96,96% e a de DQO (Demanda Química de Oxigênio) é de 93,14%, quando os índices exigidos são de 75% e 70%, respectivamente.
Disso se depreende, segundo a própria Paraguaçu Têxtil, que o mau cheiro dos últimos dias adveio exclusivamente de gases saídos da estação de tratamento, sem contaminação líquida das fontes de água do município. A comissão da Câmara vai continuar monitorando a situação.
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