Unidades habitacionais construídas na zona rural de Paraguaçu por programa do governo federal começam a ganhar fossas ecológicas

porCâmara Municipal de Paraguaçu

Unidades habitacionais construídas na zona rural de Paraguaçu por programa do governo federal começam a ganhar fossas ecológicas


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No início de julho, uma solenidade no Sindicato Rural de Paraguaçu oficializou a assinatura de contratos do PNHR (Programa Nacional de Habitação Rural), benefício do governo federal e da Caixa que subsidia a construção e a reforma de moradias na zona rural. Passados quatro meses, as primeiras casas custeadas pelo programa já estão em fase de conclusão. Ao todo, 43 famílias do município estão recebendo o repasse de R$ 28.500 para a construção de uma nova residência em suas propriedades. A contrapartida é mínima: quatro parcelas de R$ 285 ao longo dos próximos quatro anos.

Além de verem edificada uma casa nova, os beneficiários também estão diante de outras vantagens. Uma delas foi apresentada na tarde de 14 de novembro, no bairro do Mandaguari, onde a Emater promoveu um dia de campo especial para tratar dos atrativos das fossas ecológicas, tecnologia que deve acompanhar todas as unidades habitacionais do PNHR em Paraguaçu.

Com baixo custo, materiais alternativos e eficiência comprovada, as fossas recolhem o esgoto doméstico sem contaminar o solo e os lençóis freáticos, proporcionando uma solução barata a um problema que ainda hoje acomete grande parte da zona rural. “Em todos os municípios do país, 90,9% das propriedades rurais não dão o destino adequado ao esgoto doméstico. Por isso esse projeto tem grande importância para toda a população rural”, explicou o engenheiro florestal Antônio Henrique Pereira, coordenador de meio ambiente da Emater regional. “As fossas são uma tecnologia simples, que resolve o problema do saneamento no meio rural, protege o meio ambiente, evita problemas de saúde, dá o destino correto e adequado para o esgoto doméstico e ainda utiliza pneus e entulhos de construção, que são problemas na cidade”, complementou.

 

TECNOLOGIA IMPORTADA

De acordo com os técnicos da Emater, o custo de uma fossa ecológica é dez vezes menor do que o de uma fossa convencional. A iniciativa tem raízes na Alemanha e nos Estados Unidos e começou a ser implementada no Brasil há pouco mais de dez anos. A diferença entre os dois modelos é que na ecológica só podem ser despejados dejetos sólidos — os líquidos, como a água do chuveiro e das pias, seguem para os chamados sumidouros.

Durante o dia de campo da Emater, uma fossa ecológica já praticamente pronta foi analisada pelos beneficiários do PNHR na propriedade do cafeicultor Wanderlei de Araújo. “As outras casas aqui na roça usam a fossa normal, que acaba prejudicando a natureza. Essa fossa [ecológica] é bem mais segura e vai ser a primeira no Mandaguari”, comemora o produtor.

Todo o trabalho relacionado ao PNHR em Paraguaçu é desenvolvido conjuntamente por entidades como o Sindicato Rural, Caixa, secretaria municipal de Agricultura, Emater e Coomap. O objetivo é que novos grupos de produtores se formem para reivindicar o benefício.

 

 

 

ECONÔMICAS E FUNCIONAIS

Ao utilizar pneus velhos e entulho, fossas ecológicas geram impacto no campo e na cidade

Construir uma fossa ecológica nos moldes da que chega agora a Paraguaçu não é tarefa complicada. Escolhido o local (normalmente um espaço de dois metros de largura, um de profundidade e comprimento que varia de acordo com o número de pessoas que residem na propriedade), o interior da vala é impermeabilizado com uma fina camada de cimento, o que evita que os dejetos entrem em contato direto com o solo. Em seguida ele é preenchido com brita, areia e entulhos. No meio da fossa forma-se um túnel com pneus velhos, onde vai acontecer a fermentação da matéria orgânica. No interior desse túnel o processo é anaeróbio, ou seja, se desenvolve sem a presença de oxigênio. Uma outra fermentação, dessa vez aeróbia, acontece na zona de absorção das raízes de plantas cultivadas sobre a fossa — podem ser plantadas bananeiras, por exemplo. Os gases absorvidos pelas plantas são então liberados na atmosfera, sem cheiro ou contaminação do ambiente. Para uma família de quatro pessoas, o custo de uma fossa ecológica gira em torno de R$ 700.

 

 

POR DENTRO DO PNHR

O que é o programa?

O Programa Nacional de Habitação Rural concede subsídios com recursos do Orçamento Geral da União a agricultores familiares ou trabalhadores rurais vinculados a uma entidade organizadora, para a aquisição de material de construção, construção, conclusão ou reforma/ampliação da unidade habitacional em área rural.

A quem de destina?

A trabalhadores rurais e agricultores familiares com renda familiar bruta anual máxima de R$ 15 mil, considerado o valor total da renda rebatida. São também beneficiários do programa e se enquadram como agricultores familiares: pescadores artesanais, extrativistas, silvícolas, aquicultores, maricultores, piscicultores, ribeirinhos, comunidades quilombolas, povos indígenas e demais comunidades tradicionais.

O que fazer com o dinheiro?

Os subsídios para a aquisição de material de construção podem chegar a até R$ 28.500, enquanto o beneficiário pagará apenas R$ 1.140 em quatro anos. O dinheiro pode ser utilizado na construção, conclusão ou reforma/ampliação da habitação rural.

*Fonte: Caixa

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